O pau que matou a cobra

Uma vez eu li que existem dois tipos de bobo no mundo: o tipo dos que acreditam em tudo e o dos que não acreditam em nada. Os crédulos e os céticos.
Por anos considerei que era mais fácil acreditar no maior numero de idéias, coisas, assuntos, teses possíveis. Essa posição que eu assumia combinava com meu jeito leve, criativo e otimista. Eu me enquadrava num dos tipos de bobo, é verdade, mas eu era uma boba feliz, cheia de idéias. Idéias para tudo, matar o presidente dos Estados Unidos (um crime nada discreto!), acabar com a fome no mundo, inclusive a das modelos, deixar todo o mundo espiritualizado para que as pessoas, ao morrerem fossem direto para o céu. E acredite, eu para esse último eu tinha a solução perfeita! Não vou contar agora porque eu sou boba (embora num novo grupo) mas não sou ridícula. Ria de mim, mas com o meu consemtimento, tá?
Até que um dia percebi que eu não passava de uma crédula, muito ingênua e que eu estava colecionando idéias contraditórias. Quase perdi a direção. E qualquer um me persuadia.
Hoje, continuo boba, mas uma boba exigente, seletiva, questionadora. Não aceito tudo, não considero tudo uma boa idéia, e não acho que tudo seja normal e por isso justificável. Agora, consigo me indignar mais, me incomodar mais com os fatos e com as pessoas. Mas não se engane: estou longe de ser preconceituosa, o limite que eu estabeleci compreende somente o que se refere à minha vida. Também não perdi meu bom-humor, só deixei minha acidez aflorar com o tempo.
Hoje sou uma boba cruel, uma cética acética.

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