Clichês

Meu marido ( sim, eu tenho um, mais tarde explico o porquê) vive pedindo para que eu cante, pode ser qualquer coisa, desde que eu cante. Como não quero que ele pronuncie "Get out! Now!" e preciso manter uma certa imagem, me nego. Bom, já contei que meu filho, quando era bem pequeno, pedia : não canta, mãe, não canta, e que da última vez que arrisquei um atirei o pau no gato versão punk (ou seria trash?), minha bebê riu sem parar e o meu filho quase teve um piripaque de tanto rir.

Para valer a pena e surpreender pelo repertório eu deveria cantar Thank you da Dido, mas a comparação seria infeliz. Não tem como. Imagine!

Fico devendo, my fucking husband, mas devo lembrá-lo, que tu já perdeu a oportunidade de correr em minha direção em slow motion, nunca me deu flores, nunca rodopiou comigo no colo.

Agora confesso que te amo, entre outros motivos, porque tu evita clichês e teve muito mais sensibilidade do que o gesto de mandar flores me faria supor.

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