O artista que existe em cada um

pode ser medíocre. Ou um sucesso, depende do ponto de vista. Veja o funk, o pagode, o jazz.

Comecei a pintar um quadro. Meu primeiro quadro. Não consegui dormir naquela noite, tinha algo que me incomodava muito: o constrangimento. O quadro estava ficando um horror ( na falta de palavra que melhor defina feiúra e desarmonia). A professora que dá a aula de pintura sabia da minha vontade de pintar, da minha ânsia em descobrir se eu sou uma versão pós-moderna de saia de Van Gogh e me deixou livre. Gente...
Não posso expor o resultado aqui porque não tirei uma foto. E eu tenho senso de ridículo.

No outro dia, o que eu tinha espalhado de tinta com água secou. Aí eu achei bonito. Quando meu marido viu, eu vi na cara dele (em tempo, essa não mente) que ele gostou! Tô pasma até agora! Mas eu estava gostando, já recuperei um pouco da autoestima. O que é bom, porque eu tô trabalhando no atelier e tenho que ver o tal estrago (irrecuperável, talvez) a todo instante. Agora depende da ajuda da profe.

O quadro vai ficar lá em casa, para o alívio de quem estiver preocupado com a "arte" que se empurra goela abaixo. Agradeçam por eu não ter composto um funk de sucesso, desses que gruda, que caem no gosto popular e todos são obrigados a ouvir.

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