Diálogo curto entre as alunas
Uma aluna tinha trazido um quadro de beleza discutível (mas quem sou eu para falar?) que ela fez em casa para a prof arrumar. Estava incomodada, não queria que ninguém visse. Encaixei-a num dia em que viriam poucas, duas apenas. A prof falou que era muita informação na mesma tela, muitas cores e todas muito fortes. A dona do quadro argumentou que a filha, que ganharia o quadro de presente de casamento gostava de cor. A prof foi arrumando uma coisa de cada vez, suavizando com calma, e temendo magoar a aluna, não modificou a ideia geral da tela. Tinha uma parte cheia de bolinhas, coisa rudimentar comparado com o resto. As bolinhas estavam incomodando, mas ninguém ia se atrever a falar.
-Não gostei do que pintei. Horroroso.
Olha a maneira que a colega achou de justificar:
-É, a pintura tem muito do estado de espírito do momento. Às vezes estamos mais para flores, traços delicados. Às vezes queremos mais cor, mais formas concretas. Tem dia que não sai nada. Eu mesma já teve dias em que desisti de pintar e fui embora! Te deu vontade de pintar essas bolinhas e tu fez!
(silêncio)
- E deve ter gostado porque tu fez um monte...
(silêncio sepulcral)
(enfiei a cabeça dentro da blusa para rir sozinha)
-Não gostei do que pintei. Horroroso.
Olha a maneira que a colega achou de justificar:
-É, a pintura tem muito do estado de espírito do momento. Às vezes estamos mais para flores, traços delicados. Às vezes queremos mais cor, mais formas concretas. Tem dia que não sai nada. Eu mesma já teve dias em que desisti de pintar e fui embora! Te deu vontade de pintar essas bolinhas e tu fez!
(silêncio)
- E deve ter gostado porque tu fez um monte...
(silêncio sepulcral)
(enfiei a cabeça dentro da blusa para rir sozinha)
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