Não tenho cheiro e nem solto as tiras

Vamos encarar as situações pelo lado bom, como faria polliana*.

Tempo que não passo por aqui.

News:

Muitos comentário sobre meu cabelo que continua revoltado. Sei lá, meu cabelo deve ter tido problema em casa (a dona dele), usando drogas (pensei que fosse shampoo), andado em más companhias (talvez seja o rosto, ou o resto).

Bastante trabalho. Muito mesmo. E agora ando com a vontade de fazer coisas que para mim sempre foram quase um suplício, renovada.
Muitos esquecimentos, uns difíceis de engolir, como a viagem que fizemos sem levar a mochila do meu filho. Passar fim-de-semana fora com criança e esse tempo maluco é pedir para levar.
Pintei mais alguns quadros. Num gesto de extrema ousadia e falta de noção vou postar as fotos.

Decidi continuar em casa, ao menos por enquanto, preciso saber se continuo trabalhando fora, e isso eu só descobrirei em março. Até lá, meu tratamento para o stress, loucura, falta de vontade de lavar a louça, choradeira desenfreada sem motivo que justifique, tristeza sem motivo aparente, vontade de falar, estará perto do fim. E teoricamente, estarei normal. Pronta para tudo, inclusive para viver sozinha. Assunto para outro post.

E as discussões com meu marido? Falei que ando calada, contida, sem vontade de nada. Eu não gosto de estar assim, mas estava resolvendo o problema. Agora já não é mais suficiente. É difícil conversar sobre certos assuntos, alguns desagradáveis mas necessários,  tamanha é a sua impaciência e pouca vontade de ouvir uma frase até o final. E olhe que nem faço o gênero mimimi que reclama de tudo, ao contrário tenho a tendência de resolver tudo sozinha! Acabo desistindo e às vezes, nem começando em nome da paz, empurrando para frente. Ele continua argumentando que a culpa é minha. Ainda. Pisa em ovos por minha causa. Sempre. Eu disse sempre. Agora em Caps Lock: INVARIALVELMENTE É ASSIM! Tudo bem que fui  a grande culpada por chegar à esse ponto, mas eu mudei, espero que perceba comece a agir de forma diferente. Da maneira como fazíamos antes, seria o ideal. Conversas adultas, maduras e não brigas, por mais que discordássemos acabava sempre em " tá bom, não acho mas vou pensar sobre o que tu disse, prometo". E dormíamos abraçados (sim, eu gosto, aqui é frio), e no rosto, uma expressão relaxada, pura tranquilidade.

Agora, como já falei outras vezes, a briga pode durar meia hora, mas o meu mal-estar dura dias. Mudei minha forma de falar, mudei o conteúdo e calo o quanto posso. O remédio ajuda.
Falando em remédio, essa tentativa de manter as coisas nos seus devidos lugares (embora eu ache que omitir nem sempre seja o melhor a longo prazo), está me saindo cara. Eu preferiria gastar esse dinheiro em muitas outras coisas. Prefiriria que nada disso acontecesse. Gostaria me sentir sempre como me sentia antes de mudar para cá (a culpa não é dele - escrito em vermelho piscante e sem x para fechar o banner), de não ter chegado ao fundo do poço. Por que embora eu saiba que tenho algumas coisas boas, o que prevalece, o que sobressai é essa maldita etiqueta colada em mim escrito:

Cuidado! Keep out!
Mulher com problemas psicológicos, cuspindo marimbondo, azeda e insuportável! Ela vai te sugar até a morte!

Chega.

vou lá fazer 4 respiações curtas e uma longa, 4 respirações curtas e uma longa, 4 resp...
Isso ajuda.

Por enquanto eu queria deixar claro que quando reconheço que nao sou um sucesso, não culpo ninguém por isso. Só gostaria que meu marido ouvisse com mais paciência, me deixasse terminar as frases, de repente dentro do contexto, o que quero dizer pode ser surpreendentemente agradável. Mas tem que ouvir para constatar se é ou não. Até o fim, como eu faço com todo o mundo.

* personagem bobo e idiota, de um otimismo extremamente irritante, que nos leva a pensar que só nós é que somos mal agradecidos. Quem leu o livro sabe. Claro que é uma ironia, gosto de ser otimista (difícil, nos últimos tempos, depois de ver tudo desabar inúmeras vezes), mas que a nossa meiga e misericordiosa polliana é um porre, ah, isso ela é.

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