E eu não pude fazer a minha parte
Uma criança chorava muito. Soluçava. Geralmente, choro de criança incomoda mesmo, mas essa, soluçava. Perguntei para uma das enfermeiras se ela sabia o que acontecia, e depois da negativa dela, me perguntei se deveria ou não me aproximar. Não trabalho na área de saúde, e portanto, estava certa de que pouco poderia ajudar. Mas talvez estivesse enganada.
Alguns minutos depois, quando já estávamos indo embora, tomei coragem e perguntei.
-O que aconteceu com o teu filho?
-Cólica. Ele tem 4 meses. O doutor mal olhou para ele e disse que ele tinha cólica (a impaciência da mulher era de doer, sacudia a criança, não oferecia um carinho ou um sossego)
-Posso pegar ele um pouquinho? (imaginei que ela estivesse cansada, mas no fundo queria tirar a criança daquele colo, aquilo não era jeito de segurar uma criança com dor)
-Quê? (com uma cara de "ficou louca?")
-Dá ele aqui um pouquinho...
-Pega... (com a maior cara de "aguenta as consequencias, fica aí ouvindo choro)
Peguei. Ele não chorou na hora, mas logo depois, quando virei ele, chorou de soluçar novamente.
Gente, é tão fácil de resolver... Aquele bebezinho precisava de pouca coisa, embora a dor fosse grande
Ela não ouviu uma palavra sequer do que eu dizia para ela fazer.
Deita a criança de bruços, aquece a barriguinha dela, lugar calmo, voz sugerindo tranquilidade, uma massagem ajuda mais que remédio. Tive dois bebês, e também sofri com a inexperiência (não sei se era o caso da moça, mas parecia). Quando aprendi com é que se faz nesses casos, meu primeiro filho já estava saindo da fase das cólicas, e eu também resistia em deixar que as pessoas ajudassem, achava que eu deveria ser o maior alento dele. Já no segundo bebê, foi muito mais fácil e tive a ajuda do meu marido.
Imagine você, louco de dor e pessoas enlouquecidas e impacientes em volta. Imagine o que é isso para um bebê, que sequer imagina o que está acontendo, mas que sente que alguma coisa está errada, e que a dor é insuportável. Alguém tire essa sensação de mim! - é o que diz o choro. O que um bebê mais precisa é de calma, segurança e carinho. Até agua com açúcar mata a fome, ainda que não oferça os nutrientes necessários. Mas carinho e interesse verdadeiro pela criança, são insubstituíveis e na minha concepção, e a falta de um dos dois trás consequencias silenciosas e desastrosas a longo prazo.
Não vou esquecer a expressão da mulher tão cedo! Egoísta, queria apenas calar o choro, para conforto próprio. Se estivesse mesmo interssada em resolver o problema da criança de fato, ouviria, e certamente nem chegaria ao pronto-socorro, pois, alguma outra pessoa daria a mesma "receita" que eu dei antes mesmo que saísse de casa. Ou talvez não fosse cólica.
mas que ela era desumana, ah issso era. Pobre criança...
Alguns minutos depois, quando já estávamos indo embora, tomei coragem e perguntei.
-O que aconteceu com o teu filho?
-Cólica. Ele tem 4 meses. O doutor mal olhou para ele e disse que ele tinha cólica (a impaciência da mulher era de doer, sacudia a criança, não oferecia um carinho ou um sossego)
-Posso pegar ele um pouquinho? (imaginei que ela estivesse cansada, mas no fundo queria tirar a criança daquele colo, aquilo não era jeito de segurar uma criança com dor)
-Quê? (com uma cara de "ficou louca?")
-Dá ele aqui um pouquinho...
-Pega... (com a maior cara de "aguenta as consequencias, fica aí ouvindo choro)
Peguei. Ele não chorou na hora, mas logo depois, quando virei ele, chorou de soluçar novamente.
Gente, é tão fácil de resolver... Aquele bebezinho precisava de pouca coisa, embora a dor fosse grande
Ela não ouviu uma palavra sequer do que eu dizia para ela fazer.
Deita a criança de bruços, aquece a barriguinha dela, lugar calmo, voz sugerindo tranquilidade, uma massagem ajuda mais que remédio. Tive dois bebês, e também sofri com a inexperiência (não sei se era o caso da moça, mas parecia). Quando aprendi com é que se faz nesses casos, meu primeiro filho já estava saindo da fase das cólicas, e eu também resistia em deixar que as pessoas ajudassem, achava que eu deveria ser o maior alento dele. Já no segundo bebê, foi muito mais fácil e tive a ajuda do meu marido.
Imagine você, louco de dor e pessoas enlouquecidas e impacientes em volta. Imagine o que é isso para um bebê, que sequer imagina o que está acontendo, mas que sente que alguma coisa está errada, e que a dor é insuportável. Alguém tire essa sensação de mim! - é o que diz o choro. O que um bebê mais precisa é de calma, segurança e carinho. Até agua com açúcar mata a fome, ainda que não oferça os nutrientes necessários. Mas carinho e interesse verdadeiro pela criança, são insubstituíveis e na minha concepção, e a falta de um dos dois trás consequencias silenciosas e desastrosas a longo prazo.
Não vou esquecer a expressão da mulher tão cedo! Egoísta, queria apenas calar o choro, para conforto próprio. Se estivesse mesmo interssada em resolver o problema da criança de fato, ouviria, e certamente nem chegaria ao pronto-socorro, pois, alguma outra pessoa daria a mesma "receita" que eu dei antes mesmo que saísse de casa. Ou talvez não fosse cólica.
mas que ela era desumana, ah issso era. Pobre criança...
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