Eu vi o que vocês fizeram no verão passado (talvez eu conte para todo o mundo)

Do verbo: daqueles enroscos que todo o mundo se mete mesmo sem querer.

Duas amigas brigaram. Não sou íntima de nenhuma, mas as duas me contaram, em segredo, a versão de cada uma. E eu, tinha que omitir que já sabia da história. Tenho medo das duas, ambas carregam uma faca na bota.

Outra, veio desabafar a respeito do incômodo que é trabalhar ao lado da casa de meninas que "dormem de dia". Ela argumenta que é uma pouca vergonha, onde é que já se viu, homens casados comprando cebola em promoção porque gastaram tudo com as ditas cujas, isso, isso e aquilo. E eu só escutando. Minha opnião só declarei aqui. Não me importa o que elas fazem. Importa é a etiqueta que cola em mulheres que não são putas. Como se fôssemos obrigadas a sê-lo (na cama, talvez, gosto de cada um, mas isso é outra historia). Como se só existissem duas opções: profissional do sexo (leia garota esperta, bonita que luta pela própria vida, mas vítima da sociedade) ou mulher normal (leia invejosa, preconceituosa e ruim de cama). Como eu já disse, fiquei calada. Me limitei a rir (na verdade, não me contive).

Ameacei um rapaz (mais um indício de "metidez") dizendo que eu sabia tudo o que ele tinha feito, e ordenei que ele se afastasse de uma pessoa querida a quem ele está fazendo muito mal. Não me arrependo, tenho que protegê-la e isso é um fato. Ponto. Fiquei grande naquela hora, extremamente ameaçadora. Um verdadeiro Conan de saia.

Se eu aparecer com formiga na boca, terá sido porque sabia demais.

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