Desses presentes que a vida reserva

Estava aqui, lendo sobre a pedrinha no sapato dela e me deu vontade de falar sobre.



Tive também alguém que nunca me teve. Pelo menos, não como poderia. Eu temia o dia em que nos veríamos. Medo real que me acomapanhou por anos. O cara tinha mudado de cidade, não estava onde eu pensava, e desapareceu. E-mails retornavam e desisti. Telefone fora da área. Estava me ignorando? (soube que o e-mail se perdeu, como o meu, e ele tinha trocado de número, graças a deus)

Mais tarde, casada, e já com meu filho, eu temia encontrá-lo no ônibus, na rua, na praia, em outras cidades por onde eu andava. O que eu faria, já certamente não pareceria natural? Dizer o que? A verdade sobre o que eu sentia? (mais tarde cometeria esse ato insano). Pedir desculpas pela maneira como me afastei? (comecei por aqui, quando nos reencontramos)

Perguntei a todos os amigos e conhecidos comuns quem tinha o e-mail dele. Consegui depois de várias tentativas, e o pior era fazer cara de "eu não queria mesmo...", cara de quem não tem nada para dizer, que vai só perguntar pelo tempo.

Conversamos durante alguns meses sem nos vermos pessoalmente. Aí começou outro dilema: vê-lo. Passar uma noite quando eu queria passar muito mais tempo que isso? Nunca! Claro que eu queria dar fazer amor, mas queria tomar chimarrão com ele de manhã, fazer coisas bem triviais (incluindo algemas).

Contando, não há quem acredite, mas não traí meu ex-marido. Bem que ele merecia, bem que eu queira mas não o fiz. Meu ex-marido sabe que não. Se ele que era o maior interessado em saber, sabe a verdade, os outros, pensem o que quiserem.

Resumido a história, pois esse não é o folhetim das seis, nos reencontramos e agora temos um ao outro. Gift da vida.

Comentários

A.S. disse…
Graziela...

Nenhuma relação sobrevive sem cumplicidade!
Felicito-te, porque mostras determinação e grande dignidade.
Sabes... na vida tudo renasce e se renova, até o amor!!!

Beijos
AL
graziela disse…
É. Obrigada!
volte quando quiser!

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