Hoje lembrei de uma coisa: quando era criança, disseram para mim que a Lúcia não tinha cabelo, era uma peruca.

E eu, ingênua, acreditei. Fiquei com pena dela e tudo. Me perguntava porque é que ela nao tinha escolhido uma peruca mais bonita,e achava, na minha opniãozinha infantil, que os grampos que ela usava, além de serem uma ousadia para quem usava peruca, a deixavam ainda menos bonita. Naquela época eu não admitia que alguém fosse feio, a pessoa desprovida de beleza, era para mim, muito simpática, cheia de talentos, e menos bonita (um tantinho só) que as outras (mas já me recuperei de tal insanidade).

Uns tempos depois, perguntei para uma sobrinha dela, e soube que era cabelo o que ela carregava na cabeça,  e que a história não tinha o menor fundamento. Que micão! Isso, foi para eu aprender a desconfiar.

Ingênua e pollyana.

Ainda bem que cresci, me tornei cética, crítica e mais realista. Hoje, não tenho mais pena dos feios (questão de ponto de vista) e não mascaro defeitos com qualidades. Mas foi tão profundo, que até hoje tenho pena dela.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como cada signo troca uma lâmpada

Agora é certo, fato, fatíssimo