Diálogo curto (com o pai) #2
-Qual o resultado? Já soube?
-Sim. Dentro da normalidade.
-Eu sabia! São os teu remédios... Não te preocupa.
(sim, e me preocupo com as tastaveadas dele antes de entrar em casa?)
Como ele deve ter comentado com a mãe, à noite ela ligou.
Agora confiram o diálogo com ela:
-Tudo bem?
-Tudo... (louca para contar a agonia toda mas me contendo)
-E as crianças?
-Estão bem. (louca para dizer o quanto estão ranhentinhos, que tenho que levar a Mariana na pediatra, que estou apreensiva com as crise de bronquite, com essas mudanças de temperatura, que o gui, isso que o gui aquilo, mas não falei nada).
-Ah, tá. Liguei para saber.
-Então tá. Tchau.
Se eu estava tranquila? Claro que não. Queria perguntar pelo pai, por ela, contar o que tinha acontecido, falar das minhas apreensões e quem sabe, ter um alento materno.
O clima entre a gente está dos piores, mas o que me levou a não falar nada foi apenas uma coisinha:
quando uma pessoa me liga, sou obrigada a dizer que está tudo bem. Odeio essas convenções, mas foi ela quem ensinou. Queria que ela visse que aprendi direitinho a não ficar me queixando, a fingir que sou forte.
Se sou ou não, isso é outra história.
-Sim. Dentro da normalidade.
-Eu sabia! São os teu remédios... Não te preocupa.
(sim, e me preocupo com as tastaveadas dele antes de entrar em casa?)
Como ele deve ter comentado com a mãe, à noite ela ligou.
Agora confiram o diálogo com ela:
-Tudo bem?
-Tudo... (louca para contar a agonia toda mas me contendo)
-E as crianças?
-Estão bem. (louca para dizer o quanto estão ranhentinhos, que tenho que levar a Mariana na pediatra, que estou apreensiva com as crise de bronquite, com essas mudanças de temperatura, que o gui, isso que o gui aquilo, mas não falei nada).
-Ah, tá. Liguei para saber.
-Então tá. Tchau.
Se eu estava tranquila? Claro que não. Queria perguntar pelo pai, por ela, contar o que tinha acontecido, falar das minhas apreensões e quem sabe, ter um alento materno.
O clima entre a gente está dos piores, mas o que me levou a não falar nada foi apenas uma coisinha:
quando uma pessoa me liga, sou obrigada a dizer que está tudo bem. Odeio essas convenções, mas foi ela quem ensinou. Queria que ela visse que aprendi direitinho a não ficar me queixando, a fingir que sou forte.
Se sou ou não, isso é outra história.
Comentários
a minha, muuitas vezes, age como se a mãe fosse eu. e eu tendo fugir dessa armadilha, mas é difícil demais!
no fim das contas, em vários momentos me arrependo de não ter conversando somente o "tudo-bem? tudo!"
":)
bjoss