Generosidade é quando ajudamos quem não precisa.
Caridade, não. É quando ajudamos quem precisa.

Eu gostava de ajudar quem eu pensava que poderia dar valor à ajuda. Vaidade, considero. Depois mudei o critério. Preferia ajudar quem merecia.

No rol do merecedores entravam os corajosos, pessoas que enfrentam as adversidades com um sorriso sempre, e os bons, que acreditavam, que não falavam ou queriam o mal dos outros. Ou seja: considerava que mereciam ajuda os fortes, os bons de coração e os que mantinham o bom humor.

Eu estava errada. Primária, no mínimo. Não há como medir coragem, força ou otimismo. Indo além, mais difícil ainda e medir bondade. Como é que eu vou saber quem é realmente bom? Só porque não fala mal de ninguém, uma pessoa é boa? Se abster de comentários críticos acerca da vida alheia ou dos fatos, significa que a pessoa quer o bem?

Não. Definitivamente.

Abrindo um parêntese:

Coragem é lutar apesar do medo. Quem ignora o risco é o louco. O corajoso, teme e enfrenta.

Força, hoje eu não sei direito o que é. Eu pensava que forte era quem sorria mesmo triste e continuava acreditando. Não, esse é o ingênuo, bobo. Força é outra coisa, e volto a dizer que ainda não tenho a definição. Quando eu sorria triste, e acreditava em tudo, eu não passava de uma idiota. Sim, as coisas podem dar errado, ou levar um tempo maior do que o esperado para darem certo. E nao adianta ignorar isso para ser considerado forte, isso é ingenuidade. E quanto ao riso, ah, bom, isso significa bom humor.

Bondade é bem complicado perceber. Bom é quem quer o bem, busca a evolução, faz o bem. Ah, mas não pode ser crítico, tipo as beatas que querem o bem, rezam mas pegam no pé da vizinha bonitona? E se a vizinha bonitona for mesmo o que elas dizem? As beatas não são pessoas boas só porque a vizinha tem uma vida discutível e elas enxergam isso? Ou a vizinha de sexualidade (geralmente é por causa disso que vira alvo) bem resolvida é que é merecedora do rótulo "boa" (sem duplo sentido, por favor)? Exagerei nos exemplos mas diminuindo as proporções, ainda é difícil saber assim, superficialmente quem é bom ou não. E, deve existir um meio-termo aceitável.

Eu não sei.

Voltando ao fato inicial, hoje prefiro ajudar qualquer um. Prefiro nem saber direito à quem. Mas, se puder escolher, prefiro os que buscam se estruturarem, os que querem dignidade, independente da situação em que se encontram.

Mas o tido como marginal (sendo ou não) não merece a minha ajuda? Não sei. Só sei que dinheiro meu para crack ninguém leva, por mais vítima que pareça, por melhor que seja o seu coração.

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