Sabe aquela frase que fala algo sobre

saber as dores e as delícias de sermos quem somos?

Eu gosto de ter uma ideia nova a cada minuto. Eu gosto, de em segundos, refletir a fundo sobre uma questão qualquer.

Mas eu também gosto de começar uma coisa e terminar sem interrupção (minha), só para variar. Gosto de ver um filme, e não ter que retroceder várias vezes por que me distraí e perdi as falas. Gosto também, de sentar à frente da TV para ver a previsão do tempo e de fato, ver, sem ficar pensando na roupa da moça ou qualquer outra bobagem que me vem à cabeça justo naquele momento.

Portanto, gosto de ser assim, desse jeito, mas gosto também de ser o que em mim é artifial. O mundinho que eu vivo, nunca, nunca mesmo foi, é ou será pequeno. Tedioso, de vez em quando. Mas só um pouquinho, e insisto que não é pequeno. E aprendi a ter sempre um remédio contra o tédio guardado. Sempre deixo algo que eu me apaixone, ou que eu descubra, para essas horas.

Mas não vivo sem ritalina. Por um milhão de motivos. Alguns eu gosto, outros não.
Tremenda injustiça. Na próxima reencarnação, quero vir com o mesmo cérebro, mas em um mundo onde criatividade, humor, saídas estratégicas, idealismo, sonho, e paixão (esta última de um modo bem geral), essas coisas que gente feito eu tem, não sejam valorizadas apenas na retórica.

(sim, tente arranjar um emprego normal com essas características e dificuldade de memorizar rostos, brancos, distrações, para ver se consegue)
(tente se casar e ter filhos, casa, cachorro e plantas, sendo assim e tendo os mesmos brancos, distrações e pouca disciplina para ver se dá certo)

Para ser exatamente como sou, tenho que ter muita coragem, muita autoestima, inconsequência, nom sense até. Ou tomar ritalina (*)

* ou qualquer outro que dome o cérebro, isso porque ninguém é capaz de se reinventar tanto, a ponto de perder tantos traços.

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