Pensamento curto, do verbo rápido e um diálogo curto

A moça tinha uma tatuagem nas costas, quase na bunda, se é que entendem. Ah, e muita gordura também. Tanto, que a calça insistia em cair e fazia a tatuagem tremer. E o texto era tão longo que no twitter ela não poderia postar.

Somando minha falta de visão de longe, a flacidez e a fonte tao serifada que parecia sublinhado, era quase impossível ler. Da terceira ou quarta vez que ela levantou para puxar a calça para cima é que consegui terminar. Estava divertido, eu tinha o que fazer enquanto esperava: ler. E rir sozinha.

Bom, isso eu pensei, no meu humor cáustico habitual e não falei nada. Juro. E também não tive a chance, estava sozinha e nenhum desconhecido insolente, digo, simpático, me perguntou por que eu ria sozinha.

Bem depois, uma moça sentou ao meu lado e quando viu o texto, emitiu:
-Não nega que é vileira mesmo!

(que fique claro que eu não disse isso, embora concordasse. Vileiros, todos somos, cada um no sei bairro, mesmo os ricos tem manias típicas, e por isso ridículas, de ricos.)

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