Histórias alheias

Minha avó, no ônibus, viu pelo espelho uma mulher com blusa aberta. Ficou com pena da mulher, coitada, ninguém poderia avisá-la que estava com os seios de fora, sutien todinho à mostra? Olhou, olhou ao redor e nada... olhou para a mulher que estava ao lado, e pelo canto do olho reconheceu a estampa da blusa. Era ela. Olhou para baixo e viu os próprios seios de fora.

Outra vez, entrou no ônibus com um pente enfiado nos cabelos. Estava se penteando (ainda que não se faça isso numa parada de ônibus, Vó era vaidosa), e o ônibus veio de repente. Não teve jeito.

Num dia de chuva, saiu pelo centra da cidade. Vó não era de esperar o tempo melhorar. Tinha que ir é foi. Perdeu o guarda-chuva. Mas como era um guarda-chuva que ela gostava, marrom, todo estampado, bem bonito (eu lembro), saiu à procura nos lugares por onde ela tinha estado. Não poderia voltar sem o tal guarda-chuva. Até que lá pelo terceiro lugar, um rapaz tomou coragem (ou olhou com mais atenção) e perguntou se não era aquele que ela tinha atravessado nas costas.

Sabe aquelas sombrinhas que tinham uma alça, que a gente poderia pendurar no ombro? Assim.

Isso aqui foi só uma pequena amostra. Das coisas que a Vó falou sem pensar (mas toda convicta) nem comento!

Comentários

Carolina Tavares disse…
Bonito relato... tem carinho em suas palavras.
Não contes para ninguém... mas se da penteio as madeixas na rua, meu cabelo é muito fininho e vive embaraçado.
Bjus
graziela disse…
Uma amiga dizia que não via mal nenhum em reaplicar um belo de um batom vermelho, se olhando num espelhinho podre de chic, rua afora. Puro glamour!
euemmim disse…
Adorei...rsrsrsrs

Muito legal....como é bom rir de certas lembranças....

bjos


Zil
Carolina Tavares disse…
Ah o batom... isso também faz parte, na rua ou no carro entre um sinal e outro, geralmente com um carinha a olhar :)

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