Por partes, para não cansar o leitor.

Não aguento de saudade do Gui. Evito falar nele para não chorar, não pensar, não ficar com mais saudades ainda. Eu sei que deveria estar preparada para isso mas não estou. Fazem quase três anos que me separei do pai dele, e ainda fico apreensiva quando ele vai lá. Tenho lá meus motivos para me preocupar, é verdade, mas deveria estar mais tranquila. (mais detalhes num outro post, já está nos rascunhos, assunto dolorido melhor não falar agora).
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Mariana é um furacãozinho pela casa. O Gui não está em casa e o quarto dele está uma bagunça que tão grande que não tem lugar para pisar, tudo responsabilidade da maninha. Ela passa boa parte do dia levando e buscando carrinhos, canetinhas, livrinhos. Para as próprias bonecas, ela nem olha! E eu tenho evitado entrar no quarto dele (por isso a bagunça permanente), para não sentir aquele cheiro de gurizinho. Mari agora já ensaia outras sílabas, é enfática quando diz não, e é tão, mas tão, carinhosa... Ela faz minhas sobrancelhas subirem!

A última dela: hoje viu um porta-retrato digital e "sugeriu" que alí fosse exibido o desenho Pica-pau. Legal, poderia ser a telinha da Mariana. Toda a rua deve ter visto minhas amígdalas de tanto que eu ri.

Não consegui deixar essa parte do post menor.
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Não levei ainda outros quadros para a loja simplesmente porque não consegui terminá-los. E apesar de ter inúmeras coisas para fazer, não foi por falta de tempo,já que a pintura é uma prioridade: excesso de ritalina é igual a criatividade diminuida. Mas tudo bem, dentro de algum tempo, estarei livre disso. E quanto à pintura, vai continuar tendo seu espaço. Prometi para mim mesma que vou tirar uma noite dessas para pintar e zerar minha cabeça.

Ah, que saudade de uma tela bem grande e um belo abstrato, livre de qualquer compromisso!

Isso daria um post mais longo.
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Saudade de uns goles de vinho como antigamente. O vinho tinha outros ingredientes, que hoje já não existem mais. É uma pena, mas a única coisa que posso fazer é deixar o tempo passar (odeio essa inércia compulsória).

Isso daria um livro.
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Todos os dias olho para os indefectíveis sapatos vermelhos, e penso no dia que vou calçá-los outra vez. Aqui, não seria nenhum exagero se os usasse para ir ao mercado. Mas não é bem isso que estou pensando. Mas talvez o faça. E vou entrar insuportável no mercado, padaria, ou açougue, tanto faz. Já pensou? Até pintaria as unhas com todo o capricho nesse dia (o que implica em burlar a lei de Murphy, como descrevi num outro post, melhor deixar para o verão.
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Se tem coisa que me desepera é deixar para ser feliz outro dia. Não aguento esperar nem um comercial de tv, vou esperar para fazer o que gosto ou o que quero a troco de quê? (amanhã vou sair com os benditos sapatos)!

Aqui daria uma tese de mestrado.
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Sempre fui apaixonada, por design (e por expressão, seja de que forma for). Mesmo antes do design ter esse nome. Colocaria hífen alí no apaixonada se não fosse tão chato fazê-lo para mostrar o quanto gosto. Quando criança, observava atentamente os traços que compunham um personagem num gibi. Desenhar e escrever eram minhas brincadeiras.

Mesmo sem me dar conta de que era isso que deveria fazer da vida, observava propaganda, traços, cores, tendências, e tudo o mais que com isso se relacione. Por isso a pintura. E por isso o design gráfico, por isso o html/css e o que mais for necessário. Pois bem. Estudei, me dediquei. E não estou nem na metade do caminho (graças à deus, porque a-m-o aprender/descobri/testar/criar!).

Estudava em casa, bem querida, bem mimosa, conciliando com as outras tantas coisas que me envolvem (ou eu envolvo elas com essa mania de querer ser dona do mundo) quando meu profe virtual, sugeriu que fizesse um estágio. A-rá, como não pensei nisso antes! Medo, talvez. E até me culpava por essa falta de ousadia, mas não achava que estava preparada. Aí, meu profe veio com essa de estágio não remunerado, para aprender e ver de perto. Grande sacada, a dele.

Tentei. E consegui. Do verbo "Consegui um estágio numa agência! U-hu!" Está bem, é só o início... Mas é um "início"! Não imaginam como estou feliz por isso. Já tinha falado outras vezes sobre decidir o que fazer (em definitivo) da vida. Tinha tomado minha decisão e a coisa agora começa a tomar forma. Desenhar me faz entrar em hiperfoco, adeus ritalina! Pintar também me deixa em hiperfoco. Na dúvida, fico com os dois. E adeus ritalina dentro de alguns meses.

Estou aqui agora com três manuais, um cd (em inglês, conforme disse meu marido, com cara de vírgula), a internet, e os vídeos. Meu Deus. Minha vontade é lê-los agora. E tenho também duas telas em branco lá na cozinha. E meia dúzia de telas inacabadas bem aqui na minha frente, atrás do computador (Estão pensando que a sala deve ser bem interessante?). Sem contar as roupas da minhas clientes. Ai, vão ter que esperar!

Imagine o que significa isso: telas e manuais. Tão feliz que colocaria os tais sapatos livres de qualquer defeito agora mesmo.

Não vai dar tempo de revisar.

Imaginem que devo estar tomando café agora...

(Clóvis disse: café proporcional ao tanto de coisas para falar).

Comentários

Martini Bianco disse…
ahhaaha.. Nossa.. longo de mais. Dariao capítulo de um livro. Foi uma conversa muito abrangente. Gostei especialmente do termo "indefectível" tu sempre sais com alguma raridade gramatical inspiradora. E a lei de Murphy! Acredito plenamente que me acontece com frequência.
graziela disse…
rsrsrs! :)

Saiba que omiti detalhes do dia de ontem!
Martini Bianco disse…
Nem quer imaginar.. :)
Princess Deluxxe disse…
hiperatividade?
u-lá-lá!

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