Bonitinha é uma feia arrumadinha

Tinha um assunto para falar, mas optei por omitir por enquanto, até que consiga resumir num parágrafo.

Omitindo a parte não tão agradável, conto a outra parte do ocorrido:

Fui atender minhas clientes sábado à tarde. A ideia era atendê-las rapidamente e voltar para casa. Fui meio assim assim, jeans com uma manchinha de tinta, uma blusa branca que odeio, franja para cima, nenhum acessório, sapatilha surrada. Total sem graça. Meu cabelo era quase uma capa de Nova, de tão amassado. Sei que é tendência, mas olha, a pessoa tem que estar muito produzida para segurar um cabelo assim sem passar por deseleixada. Definitivamente, não é para todas.

Não sou das mais vaidosas, mas a aparência conta sim, ainda mais quando se trabalha com isso, quando se está envolvido com visual e precisa passar uma boa impressão. Errei. Na hora não me dei conta que o limite entre o despojado e o mal acabado é quase invisível.

Rá, mas não dar o meu melhor para minhas clientes não foi o suficiente: tive que andar pelo centro da cidade assim, e nele estavam "pessoas". Muitas. E todas como de costume: produzidíssimas. E eu naquele exercício de autoestima. Claro, poderia ser impressão minha, mas parece que nunca vi tantos olhos na minha direção. As mulheres deveriam estas pasmas, se perguntando de que mundo eu estava vindo. Uadafaquinrréu eu estava pensando para sair à rua assim justamente quando a população toda estava lá no seu esplendor? Me acharia eu assim tão linda, a ponto de dispensar qualquer ajuste?

Nada disso, foi pura pressa. Tinha passado por um momento Amy antes de sair. Só conseguia pensar que elas estavam me esperando. O resto era o resto. Além disso não sou patricinha.

Lembrando que a patricia de hoje é a perua do amanhã. Nada contra, até gosto dessas últimas.

Se eu não estava bonitinha, não era a feia arrumadinha, e sobrevivi, não fui atingida por pedras, xingamentos, tampouco os olhares de raio x tiveram algum efeito, posso concluir que não me sinto assim tão desajeitada, pelo menos no que se refere à aparência livre de produção.

(nunca mais faço isso, sou adepta da filosofia que se não por você, mas por seus clientes, ou pelos que o cercam)

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