fugindo do politicamente correto

Não sou do tipo que segue padrões, mas se tem uma coisa que respeito é a vida dos outros. Ah, claro, todo o mundo faz isso. Mas, também não sou do tipo que pouco se importa com as entrelinhas porque no meu (hoje pequeno e tendendo a aumentar) conhecimento acerca da propaganda, sei que o não dito pode ter mais valor que o resto todo. Mensagem subliminar, contexto, ideia geral, impressões, essas coisas... Mas não precisa ser grande entendedor para saber quando uma coisa não está certa. 

Ontem vendo o comercial da linha anti-sinais do "O Boticário" reparei que a mocinha passa o creme e o tempo pára. Ótimo. Isso dá tempo para que ela se divirta sacaneando os jogadores de baralho e até ajudando o garçom, cuja bandeja ia cair com suco sobre a mesa. Até aí tudo bem. Mas ela não fechou a porta do carro onde um ciclista fatalmente bateria.

Não era o caso de tirar as crianças da sala, mas a ideia ficou bem clara.


Não sei... mulheres que usam anti-sinais são além de divertidas inconsequentes, negligentes? Ou querem atingir um segmento do mercado chamado "mulheres que não se importam com a segurança alheia e fazem de tudo para  se divertir" ?


Não precisava incluir o ciclista se era para ser divertido. Deu a entender que ela é egoísta, e pouco se importa com os outros, já que são meros coadjuvantes e objetos de sua diversão.


Não me identifiquei. E olhe que mereço anti-sinais, faria parte do público alvo!


Não vou citar a agência, mas caberia perguntar tudo isso para quem aprovou a ideia infeliz apesar de bonitinha.

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