Amanhã

Como se sabe, se comemora finados. Digo, se homenageiam os mortos.

Eu tenho poucos mortos. Tenho mais, mas dois deles eu não conheci. De mais significativos tenho um tio, um  pseudo avô, a Vó que me passou o cérebro DDA (valeu, vó!), aquela que já falei aqui. Que perdeu a sombrinha pendurada nas costas, que entrou no ônibus com o pente nos cabelos e a Vó Judite. Nona, a gente chamava na infância. Depois vivou Vó mesmo.

E quanto à ela, sou sincera em dizer que gostaria de vê-la de novo. Espero que quando eu desencarnar, possa vê-la outra vez, que ela ainda esteja lá. Egoísmo meu, deveria desejar que ela já não estivesse mais, que já tivesse encarnado de novo, ou passado para outro plano, superior ao que está hoje se é que já não o fez.

Eu não vou pensar na Vó amanhã mais do que penso hoje, mais do que penso todos os dias. Talvez vá ao cemitério, só para ver se sinto a presença dela lá. Ela enquanto esteve entre nós sempre deu muito valor à essa data.

Nas maiores alegrias como a formatura da minha irmã, casamentos, nascimentos, penso muito nela. Nos fatos mais curiosos tipo fulana traiu fulano (o ponto de vista da vó era parecido com o meu, totalmente atemporal)...Nas maiores tristezas também. Não faz nada bem nem para mim e muito menos para a Vó, mas eu tenho muita, mas muita saudade.

Ah, como eu gostaria de pintar as unhas dela agora, cortar os cabelos, colocar-lhe um colar como fazia antes...E tenho tanto mais para dizer e para perguntar...

Tristeza à parte, fico pensando que cada pessoa realmente é única. E ao contrário do que dizem, insubstituível.

Comentários

Anônimo disse…
relativo ao ultimo parágrafo, não diria isso em relação a todas as pessoas, agora que algumas são unas,indivisiveis, ímpares, e insubstituiveis, atendendo ao mundo de hoje e à superficiliadade da maioria, lá isso é verdade! E tu és uma delas.

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