Azedume do dia

que não sou perfeita e tenho lá meus conceitos bem primários por vezes.
#1
-Preciso de um par de botas assim, assado, por causa dos meus tornozelos grossos. É que tive trombose na perna.
-Sei...E nas outras partes do corpo, quais foram os motivos que te deixaram assim, incluindo a cara de coitada? (claro que não falei)

Mas deu tudo certo, a cliente tinha bom senso do que lhe caía bem e saiu agradecendo minha atenção, tadinha. Não levou nada. Ela queria algo que ficasse perfeito e não há mal nenhum nisso. Na postura sim. Veja a cliente seguinte, bem, mas bem mais gorda e incrivelmente mais exigente.

#2
-Tem essa, essa e essa, assim de bico fino, cano longo - mostrando as botas mais adequadas, já que a panturrilha dela tem a medida da minha cintura (e não estou exagerando!).
-Mas não quero nada disso, tô enjoada desses modelos.
Tive que esconder a cara de "nem vai te servir e ainda quer escolher muito". Superado isso, mostrei os outros modelos.
Depois de provar uma do tipo montaria, acabou levando. E no maior bom humor. Disse que ia cortar o cano com uma tesoura já que faltava pelo menos um palmo para que a bota fechasse na perna.

Essa é a diferença entre quem se aceita como é, se adapta à situação, e dá um jeito de se sentir bem e quem se acha a última das criaturas porque não é assim tão bonita e tem os tornozelos grossos.
Parei pensando de que lado eu estava. A gente às vezes está down e nem nota.

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