Low profile
Uma das coisas que aprendi andando de skate foi ter mais paciência. Mas olha: é duro. Não tenho só que esperar minha vez, tenho que andar melhor para ter vez. E revesar o skate com o filho e o marido. Estou esperando faz um tempo. Desde que meu marido quebrou o pulso nunca mais fomos à pista, portanto ainda não faço aquelas manobras e nem ando na rua, falta prática. E eu adoro aquele lugar, mesmo que seja para ficar sentadinha quieta. Um dia minha irmã ligou: -Mana, tu tá onde? -Na pista. -Sozinha? tu tá doida? -Não. Posso fingir que sou mãe de alguém. E vários pares de olhos apenas me olharam, mudos, surpresos. Lá ninguém fala comigo e não existe possibilidade de encontrar alguém conhecido. Posso estar com a cara que quiser. Ninguém fala nada. Sentam do meu ladinho mas não me dirigem a palavra. Isso dá um conforto... Adoro essa liberdade que o anonimato dá. Outra coisa que não sabia é que os skatistas parecem que seguem um código de conduta de não rir dos erros dos outro