Para quem me acompanha

a mais tempo, minha maior fobia continua sendo atravessar a rua. A mãe ri de mim. Continuo medindo a distância entre dois lugares pelo tanto de ruas que preciso atravessar. Mais ou menos assim, se fica em frente, mas do outro lado da rua é mais longe do que se fica no mesmo quarteirão duas quadras depois.

Não faz muito tempo, enquanto eu aguardava um velhinho, e depois uma senhora com dificuldade para caminhar foram na minha frente. E nem hesitaram. O caminhoneiro ria e olhava para mim e posso apostar que não era por causa dos meus olhinhos.

Já ando aguardando que apareça um velhinho para atravessar a rua comigo. Por motivos não óbvios.

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