Amo ser designer. Amo design e tudo o que com ele se relaciona. É tão parte de mim como meu tipo sanguíneo ou o a cor dos meus olhos. Mas hoje encerro um ciclo. Deixei para trás, com um misto de profundo tristeza, nenhuma coragem ou vontade de encarar outra profissão mas sabendo que tanta espera, tanta dedicação não me levou à lugar algum. No fundo eu amava o fardo que carregava. Noites dormindo pouco. Noites em casa enquanto poderia sair. Noites e dias ausente, absorta completamente, no meu mundo que amava tanto. Meus filhos perderam muito de mim enquanto estudava ou trabalhava e eu perdi deles. Não lembro as primeiras palavras da primeira papinha da minha filha, nem do primeiro dia de aula. Mas lembro do dia que fui pegar o boletim do meu filho e ele tinha rodado, minha vida freelancer teve a ver com isso. Mudei de cidade e fiquei um ano e pouco longe deles porque achei que a cidade me traria novos desafios profissionais e portanto uma vida melhor para nós todos. Não acontece
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mentiras
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Por quê as pessoas insistem em mentir para mim, que percebo na hora? Ainda não entenderam que podem falar o que quiserem? Qualquer frase mal dita, qualquer verdade obscura é melhor que uma mentira. Minta idade, minta o quanto ganha (perguntas que nunca faria), crie um mundo cor-de-rosa para mim. Mas SE eu perguntar fale a verdade. E já que não sou eu que vou acabar com a mentira no mundo, por quê não aprendo a ouvir uma mentira e ficar na minha, como se tivesse acreditado?
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Sinto como se meu bebê tivesse me libertado. Parece que já o conheço, sei seus gostos e tenho a impressão de quem uma personalidade bem diferente dos outros filhos por aí. Quando fui mãe passei um filtro nas relações. Esse filtro de agora é ainda mais apurado. Vai sobrar pouca coisa. Tem situações que já nao suporto, pessoas que olho com outros olhos. Virando as costas sem nenhum peso na consciência, tranquila como se deixasse algo muito desnecessário para trás. Esse nível de exigência é tão, tão grande que nem eu que sou a mãe passei ilesa. Me senti muito pequena no início. Tive que me transformar ainda mais nesses primeiros meses. Vou abandonando (e confrontando de perto) cada medo, cada vulnerabilidade. Se olhar sob uma lupa assim não é confortável, mas o melhor para fazer nesse momento porque quero estar preparada para o que vou enfrentar. Quero estar preparada inclusive para se feliz. Eu era daquelas que se a vida desse certo, não teria roupa para isso.
Precisamos falar sobre
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A famosa luz do fim do túnel. A verde. Aquela verde, que representa alguém com quem eu possa falar a verdade amarras. Já ando sensível outra vez. Sinto que estou em carne viva de novo e me parece que dessa vez, a pele nua é meu estado natural pois já não tenho tido tempo de me refazer. Continuamos, então, já que a sensação não é de dor. Apenas um toque perturbador. Segue o drama... Não me reconheço nessa dependência. Sou um inseto num vidro. E percebo que não é por estar grávida, talvez esse seja meu estado mais libertador dos últimos meses. Me sinto andando em círculos. Ah, é uma fase. Parece interminável. Por um tempo tudo parece tão perfeito... tudo está no seu lugar. Moro perto dos meus filhos, meu "marido" ao meu lado embora não compreenda nem a metade do que eu sinto ou falo, voltei a criar, a sonhar e a planejar. E de repente, parece que estoura a bolha. A realidade salta aos meus olhos. Bate aquela solidão que ninguém consegue aplacar. Aquela frustração, não