Ao menos, tenho banda larga, cinco revistas não lidas e duas telas para pintar

(Mas só depois que colocar esses dois pequenos na cama)Sabe aqueles dias em que seria melhor não levantar da cama? Foi hoje.

Calorão do cão. Pele sensível de tanto suor. Perdi a elegância. Na verdade, saí de casa desprovida de.

Minha calça cedeu, parecia que eu tinha pego uma bombacha e mal cortado pelos joelhos. Linda. As pessoas apontavam para mim na rua. Virei ponto de referência: sabe aquela mulher com a calça esquisita, não sei é bombacha, mas ela parece pensar que é uma saruel? Assim.

Fui ver umas amigas na torreira do meio-dia. Abriram a loja mais tarde, cheguei cedo demais. Não esperei e fui para o shoping. Num impulso, entrei numa óptica e experimentei todos os óculos que pude. Menos os que tem strass do lado, puro glamour. Ah, sim, como eu usaria uns óculos com as iniciais CC ou DG se minha roupinha singela destoaria? Seria o mesmo que dizer: meus óculos são mais falsos que uma nota de trinta, mas eu pareço ricaça. Passo. Anotei a referênica de um par, vi preço (alguém quer meu corpinho? to vendendo... ou um rim?), e devolvi. Engolindo o choro, mas não comprei.

Fui numa loja de decoração. Babei tanto que saí me segurando nas paredes, para não deslizar na baba. A "metidez" desse pessoal dessa cidade tem um lado bom: é fácil encontrar coisas boas e lindas nessas lojas à espera de um consumidor que não teme pagar caro. Eu sei que essa não é a realidade do país (nem a minha), mas dá para encontrar coisas incríveis por aqui, por um precinho ligeiramente mais alto. Como eu já disse, o pessoal daqui é um pouco metido e gosta de ostentar. Alguns, até o que não tem. Sinceridade: eu compraria meia loja e meia óptica hoje.

Dor-de-cabeça. Aquela, itinerante, que já falei outro dia. Dessa vez estacionou no ouvido. Não aguentei. Liguei para todos os otorrino que atendiam pelo meu plano, e marquei para à tardinha. Faltavam duas horas para a consulta e eu não aguentava de dor. Espera, espera, espera, nem morcheeba eu aguentava ouvir mais, e olhe que a voz dela é um carinho nos ouvidos! Se as trompas de eustáquio (vai no google, caso não saiba) aceitassem estímulo sexual, gozaria ouvindo morcheeba.

Eu -Clóvis, não aguento de dor, me busca às seis. Tu vai ter que sair um pouquinho mais cedo, tá?
Ele- Tá, saio às cinco e meia, pego as crianças, te pego e vamos para o médico. Se não tem outro jeito...

Só que tinha outro jeito: um cara se acidentou na empresa onde ele trabalha e ele precisou acompanhar o sujeito, exatamente quando ia me buscar.

Ele- Cobra, vá para casa, vou levar as crianças, um cara se acidentou, não vou poder te levar.
Eu- ??? but
Ele- tu...tu...tu...

Não deixou eu falar! Eu tinha a solução! Parece mentira, mas é sob esse tipo de situação que meu cérebro funciona melhor. Posso ser meio, assim, vocês sabem, mas nessas horas raciocino como se a mãe da matemática, ou da física, ou melhor ainda: da logística. Minha Nossa Senhora da bicicletinha me dá equilíbrio.

Eu sem dinheiro para a consulta, para remédio, atrasada, impossibilitada de pegar os kids nas creches porque não chego até lá antes das seis e meia (hora em que as monitoras abandonam o barco e deixam os pobresinhos à merce da própria sorte, digo, com seus pais), tudo dando errado.

Heis que surge a luz: nesses momentos eu sempre tenho uma luz. Hoje atendeu pelo nome de Ana, chegou para salvar a lavura e tudo se resolveu! Me deu uma carona, avisei Clóvis que levasse as crianças junto, não levasse para casa porque eu precisava demais de um médico, encontraria-o lá, não cancelaria a consulta de jeito nenhum. Cheguei no horário, encontrei my husband perto do consultório (no hospital), peguei dinheiro com ele e de quebra, uma das crianças.

O dia dele seria pior que o meu: acidente de trabalho para administrar, crianças para buscar e tomar conta (mesmo no hospital), dinheiro para a consulta da doida da mulher que não tem problemas o suficiente, resolve encontrar uma dor de ouvido. A parte pior seria tomar conta das crianças: experimente ficar com um bebê de mais de 10 Kg no colo, segurando-o de todas as maneiras para que não vá para o chão, enquanto ele esperneia de vontade de pegar tudo e de engatinhar! Some à isso, um menino de cinco anos que comeu doce demais e está no último de agitação, sem conseguir parar um segundo no mesmo lugar...

E o quê dizer do dia do cara que sofreu o acidente e está lá com a bacia e a perna quebradas?

Em tempo: meu ouvido vai bem, não tinha nada, nem cera, por isso a dor. Dói também porque a dor da mandíbula se contraindo todo o tempo, irradia. Efeito colateral da sertralina. Tanto a dor-de-cabeça quanto à contração do "queixo". Quando eu digo que mordo, falo a verdade, né?

Me receitou um remédio que dá um t-o-r-p-o-r... Um soooono... Sem apologia: eu poderia ter conseguido algo que relaxa assim aqui no bairro mesmo!

(mas prometeram que não vender crack por aqui até dez de dezembro. o que será que tem dia onze?)

Comentários

DESASSOSSEGADA disse…
Menina olha lendo o seu post nao sei qual dos dias foi pior o meu ou o seu sei que ambas estamos com a bruxa a solta.

bjos

Desa
graziela disse…
dei uma passadinha lá e fiquei pasma.

ufa, ainda bem que passou

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