Existe receita de filho perfeito?

Os filhos são sempre uma surpresa. Quem dirira que meu filho ia gostar tanto de máscaras, pequenas coleções, e só aprenderia a contar até, hum cinco?e aos cinco anos? Ele não sabe fazer uma ligaç~çao no celular, mas tem noção de planeta, mundo, lua. Sabe, inclusive que tem planetas que tem várias luas. Ele usa a palavra várias.

Aprendeu sozinho a andar de bicicleta, não temos um filminho com aquela cena clásssica: pai empurrando, finalmente solta e voilá! Está andando sozinho! Não, tiramos a rodinha que não tinha caído ainda num domingo e na quarta, saímos com a bicicleta.

Mas até poucas semanas atrás, ele não sabia contar nem até cinco. E eu achando que nessa idade ele estaria alfabetizado! Demorou tanto para aprender as cores que pensei que fosse daltônico. Mas não sai chutando as pernas dos adultos, não diz palavrão, sabe comer de garfo e faca faz tempo, se preocupa quando alguém está triste, quer proteger.Pode comer todos os biscoitos do prato, mas jamais deixaria que alguém levasse sua irmã.. Quando saiu das fraldas, no segundo dia já pedia para fzer xixi  e nunca mais usou fraldas à noite. Aos três anos deu o bico para o coelhinho da páscoa e nunca mais tivemos problemas com isso. Não sei já quebrou dois copos na vidinha dele, mas não consegue arrumar o elástico da cueca com os polegares. Não é porque ele não tem aquela malandragem típica dos meninos que eu conheço que ele é menos especial, ou menos inteligente. O básico, todo o mundo aprende, mais dia menos dia. Na hora certa ele vai saber tudo o que precisar, inclusive o valor do dinheiro.

Ele não é a criança mais simpática do mundo, não faz o que as outras crianças fazem (dançar o créu, jogar futebol, conversar no msn), às vezes, passa por ididota, boca-aberta,  mas tem um vocabulário de dar inveja a  muito adulto e uma sensibilidade para entender certas coisas que até me assusta. É um ingrato, mas o abracinho dele é a coisa mais emocionante do mundo. Sinceramente, não sei como o pai dele consegue viver sem.

Mãe, eu tchi amo, ele diz. A mãe também te ama, meu filho. Não precisa saber todas as capitais do mundo, nem tocar cítara para que eu goste demais de ti. É como eu digo: criança não é vaquinha de presépio, para as visistas olharem e acharem bonito. Tem coisas muito mais importantes do que saber o que todo o mundo sabe e querer impressionar com isso.

Ele é meu, e portanto de minha responsabilidade total, vou fazer de tudo para que ele seja melhor dentro daquilo que se propuser a fazer. Quero que se ame. Quero que nao seja como eu. Que não se deixe pisar, dominar ou humilhar. Tudo bem que não seja um ótimo centroavante, talvez seja escritor, ilustrador, programador, sei lá. Tudo bem se não tiver a força de um touro numa briga, torço que  tenha diplomacia para evitá-la. Eu o amaria, mesmo se fosse burro, retardado, doente, feio ou gay.

Comentários

Natália disse…
Lindo seu post...é essa mensagem que tentamos passar para os pais que vão até a clinica fazer psicodiagnóstico, mas é difícil pra eles entenderem....quicá se todos tivesse a sua compreensão...tantas crianças n seriam rotuladas de disléxicas e tantos adultos n tomariam rivotril....
graziela disse…
Obrigada, mas tenho muito o que aprender, e não gostaria de errar no qu se refere a filhos.
bjo

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