Insensível, não.

Com eu estava dizendo, não chorei pela Isabela. E já critiquei a mãe dela por não tê-lo feito. Aí, me explicaram que tem gente que é assim, que chora por dentro, que é forte, essas coisas. Não entendo. Se ver um filho assassinado pelo próprio pai não é motivo que justifique expressar abertamente a pŕopria dor, então...

Não fui bater palmas em frente à tv quando os pais de isabela foram condenados. Não é um show, não é algo bonito, é só o caminho da justiça, era só o fechamento do que já tinha começado. Ah, e ela não é a única. Em todo o lugar acontece.

Também não chorei por Santa Catarina. Ao contrário, admirei a coragem e os princípios daquela gente. Sim, me pareceu que eles consideram que perda total não é perder bens materiariais e ficar desabrigado. Perda total é ter a familia sob o lodo. Concordo! E aqui, também tem enchente. E as pessoas continuam morando nas áreas que pertencem ao rio.


Mas o que eu quero realmente dizer, é que concordo com Chicuta. Quando quero ver notícias, quero informação. Não quero algo que me emocione.

Não que eu seja egoísta, que só os meus problemas importem*, mas imagine se vou deixar que tudo o que acontece no mundo me abale. O fundo do poço, seria raso, eu iria mais abaixo. Essa minha postura, não é só uma forma de me preservar, é também, uma forma de ser inteligente: não sou marionete para ter os sentimentos direcionados dessa forma.


* quando lamento, quando exponho minhas dores, quero desabafar, somente. Se encontrar quem me encoraje, mesmo que dizendo o óbvio, será um presente. Se encontrar quem ria de mim, tão bom quanto. Para mim é bom saber que ao menos fiz algumas pessoas sorrirem, ou pensarem sobre suas vidas, suas posturas, suas escolhas.

(nada a ver com o post, mas ontem ví um personagem de Caco Galhardo no ônibus)