Já disse que sou mais feliz que tu, escravo dos medos e da falta de ousadia. Tenho medo, sim, e muito, mas sou corajosa o suficiente para enfrentá-lo. Efrento-o de peito bem, mas bem mesmo, aberto. A insônia me ataca, as lágrimas inundam tudo. Troco o travesseiro, durmo o resto da madrugada e acordo vestindo o mesmo sorriso de sempre, porque esse sim, deve fazer parte do meu quotidiano. Não pense que chorar é sinal de desespero, eu também pensava que era, quando vi que é somente uma maneira de não gritar, não agredir quem está por perto. Desespero é tentar controlar as lágrimas e ficar ruminando o que já passou mas que deixou ferida aberta, é ficar mudo diante de tudo, é ficar cego, e, sobretudo ficar inerte. E, a inércia é a pior das posturas, a pior das atitudes e a que traz as consequências mais desastrosas. Posso chorar, posso sentir o pavor tomando conta quando me sinto impotente, posso amanhecer com os olhos inchados e o corpo moído, mas ao amanhecer, visto o sorriso que te falei